Não pude deixar de sorrir ao ler este artigo, onde se afirma que o iPhone tem a jogar a seu favor o facto de trazer como browser o Safari, o qual se baseia no WebKit, já que desta forma existirá bastante software já desenvolvido para Symbian que poderá ser facilmente portado (tendo em conta que as últimas versões do S60 trazem o Nokia Browser, também baseado em WebKit). O inverso também deve ser verdade, as aplicações Web que sejam desenvolvidas para o iPhone também devem facilmente funcionar em Symbian.
Curiosamente, ao contrário do iPhone, há vários SDKs em Symbian, sendo o browser apenas mais uma hipótese. O software que entra nesta última categoria é uma gota no oceano de todo o software que existe para Symbian, por isso, ao apontar o Safari como *o* SDK do iPhone, acho, tristemente, que só conseguirão com que o software existente para iPhone seja sempre um sub-grupo reduzido do que existe para Symbian.
Sem dúvida, muito do mérito de pesquisas deste género é dos potentes algoritmos de classificação do google mas, mais importante nesta perspectiva, também da expressividade da sintaxe de pesquisa. A escrita de expressões de pesquisa no google tanto consegue ser feita por quem nunca o tenha feito antes, separando simplesmente uma série de palavras chave por espaços, ou pode ser feita por quem já tenha alguma experiência no assunto, usando operadores conforme necessário. Diguemos que é uma sintaxe desenhada para permitir uma aprendizagem progressiva.
Nota mental: tenho de dar uma vista de olhos mais a sério na especificação da CQL um dia destes.
O tempo para o blog parece estar a reaparecer, vamos a ver se o consigo manter :)
Entretanto também conto retomar a actualização do pt-inconferences. Para quem não conhece, é um google-group que mantenho, desde o ano passado, com eventos que ocorram em Portugal relacionados com as tecnologias de informação. Obviamente, todos os que quiserem participar são mais que bem-vindos :)
Tenho-me deparado com uns quantos artigos a defender o ponto de vista da proposta feita pelo WHATWG ao W3C para a adopção do que chamaram (x)html 5 como próxima versão do (x)html.
O que me espanta é a forma como do lado do WHATWG apoiam a ideia que a próxima versão do (x)html deve ser “compatível” com as versões anteriores (html 4.01 e xhtml 1.0). Do meu ponto de vista esta é uma oportunidade de resolver os vários problemas do (x)html ao nível semântico, que se traduzem, por exemplo, na amalgama de informação de apresentação que é possível especificar (ocorre-me o <font>, que me choca ainda ver a ser utilizado com alguma frequência[1][2] nos tempos que correm). Olhando para trás (nos tempos pré-CSS e pré-javascript normalizado), espalhar por um documento de hipertexto informações relativas à sua apresentação ou comportamento fazia perfeito sentido na perspectiva em que não havia outra forma de o fazer, mas continuar a insistir nisso em novas versões da norma parece-me mal.
Manter a compatibilidade com as versões actuais do (x)html é essencial, mas isso não se vai perder (os motores de renderização actuais não vão desaparecer…). O necessário é que futuros browsers suportem, além da futura especificação, também as especificações actuais.
O W3C também tem pensado na próxima versão do (x)html (aka, xhtml 2.0), que não vai minimamente de encontro ao dito (x)html 5.0 do WHATWG.
Do que conheço do xhtml 2.0, vai muito mais na direcção que eu gostaria de ver a Web semântica a tomar. Ao contrário do (x)html 5, o xhtml 2 restringe-se ao âmbito de um documento de hipertexto, definindo apenas elementos que fazem sentido nesse contexto (títulos, secções, parágrafos, objectos, etc). O (x)html 5, por outro lado, estende o (x)html que conhecemos adicionando-lhe novos elementos e modificando o significado de alguns elementos já existentes (o que, aliás, nem é coerente com o desejo de manter compatibilidade com versões anteriores).
Sobre todo este tema, encontrei no xhtml.com um artigo bastante lúcido, que gostei de ler.
Estive ontem na takeoff, em Coimbra. Três apresentações que achei ao mais alto nível:
Gonçalo Quadros, co-fundador da Critical Software, apresentou “Da ideia à empresa”, uma visão sobre o percurso da Critical desde a sua criação até aos dias de hoje.
Frederico Oliveira, fundador da WeBreakStuff, falou também dos desafios que encontrou na criação da sua empresa e de que forma os superou.
Pedro Custódio, desenvolve software para a Web no SAPO e é um dos organizadores da SHiFT, falou de “Co-criatividade - Uma outra forma de inovação”.
Após umas quantas horas passadas a tentar migrar uma instalação do mediawiki de windows para linux (o que devia ser algo trivial!), parece-me bem guardar para referência futura a seguinte informação.
Em PHP ao definir o valor da variável “include_path” através da função ini_set() é preciso ter em atenção a diferença de formatos entre windows e linux.
Esta parte de código não portável encontra-se no ficheiro php de configuração, gerado pelo mediawiki no momento de instalação. Numa nova instalação a questão não se põe, porque o ficheiro é gerado correctamente logo à partida.
No outro artigo que escrevi sobre formas de produzir documentos já houve quem desse alguns palpites interessantes, mas vou tentar resumir melhor as possibilidades que tenho considerado.
Latex – Principais pontos fracos são a curva de aprendizagem (é fácil aprender o básico, mas perco tipicamente demasiado quando preciso de fazer algo de novo) e a sintaxe pouco amigável (sobretudo quando se usam tabelas ou se incluem imagens). Contudo, a qualidade de apresentação do resultado final é a melhor que conheço.
Docbook – É XML e, por consequência , algo verboso. No entanto, consegue-se estruturar um documento de forma muito clara. As ferramentas de edição e processamento de docbook é que nem sempre funcionam de forma tão integrada quanto gostaria. Para windows o sistema mais integrado que conheço é o eDE (que faz uso de umas folhas de estilo XSLT que transformam Docbook em XSL-FO e do processador de XSL-FO da Apache).
Wiki – Ao contrário da opinião de muita gente não acho a sintaxe do wiki tão amigável quanto isso, mas a verdade é que cumpre a sua função e mantém um certo grau de simplicidade. Por outro lado, as ferramentas que apoiam a edição são geralmente bem fraquinhas; mesmo repartindo por várias páginas os vários capítulos de um documento, as coisas começam a ficar difíceis de gerir quando existe conteúdo consideravelmente extenso em cada uma dessas páginas (convém gravar frequentemente, e cada gravação começa a demorar cada vez mais tempo à medida que aumenta a quantidade de texto a enviar para o servidor Web). Não é também, à partida, das abordagens mais orientadas a documentos impressos.
ODF – Tanto quanto sei não é possível separar conteúdo de apresentação de forma clara. Neste momento a única implementação digna desse nome é o OpenOffice.
OOXML – Além das desvantagens do ODF, é caro, considerando que para o usar é necessário contentarmo-nos com o MSOffice.
Já vi, com base nestas opções, também uma solução híbrida entre um wiki e o docbook :) Um meu amigo criou um script python que exporta para docbook um conjunto de páginas de um mediawiki, para posterior geração de um PDF com o eDE. Aproveitam-se vantagens das duas abordagens e o resultado final é bastante decente. Mantêm-se no entanto as desvantagens de usar os limitado editores dos wikis.
Uma outra solução, que me parece promissora, é a que estão a usar no DjangoBook (um livro livre sobre o projecto django). Estão a usar um sistema (desenvolvido pelos próprios mentores do projecto) com umas funcionalidades engraçadas, nomeadamente, permite à comunidade comentar o livro que estão a escrever com a granularidade de parágrafos. A ideia é posteriormente exportar os conteúdos para um qualquer formato mais orientado à impressão. O código deste projecto não está disponível, mas encontrei entretanto um outro projecto paralelo, que é praticamente uma cópia do anterior. Ainda lhe devo dar uma vista de olhos com mais atenção, mas parece-me apesar de tudo algo aquém do que queria, sobretudo porque não vejo forma de versionar o documento e as limitações do editor que encontro num wiki mantêm-se também aqui.
Além destas, haverá mais alguma opção digna de nota?
O seguinte é um vídeo excelente sobre a evolução da Web e o que significa falar de Web 2.0 (obrigado ao Carlos por mo mostrar). Recomendo-o a todos que se interessem pelo tema.