Personal website of Filipe Figueiredo Correia
Não consigo resistir a escrever sobre isto. Ao que parece a equipa do IE8 pretende implementar a pior solução possível para precaver a compatibilidade com versões futuras! Logo agora que começava a achar que na microsoft andavam, finalmente, a ter algumas preocupações com o cumprimento de normas — já que neste aspecto o IE7 é superior ao 6.
Não consigo compreender como é que um grupo que se auto-intitula The Web Standards Project pode dar tão maus conselhos.
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André Luís
February 3rd, 2008 at 13:46
Filipe, compreendo perfeitamente o que estás a sentir. Esta notícia deita por terra a notícia do IE8 passar o Acid2, porque para o fazer, será necessário que o teste seja alterado de propósito para que o IE passe. Algo que vai contra todos os princípios do teste.
No entanto, algum tempo passou desde que eu escrevi os meus €0.02 no assunto. Esta alteração não tem como alvo os developers que se preocupam com estas coisas, mas sim os lazy ones. Só isso, é errado, é um baixar de braços e dar a papinha feita aos calões. Sem falar do peso adicional das próximas versões do IE (assumindo que mais nenhum browser vai entrar nesta loucura).
É, na verdade, a frase infame “Works best in IE6” levada ao extremo.
Se eles remediarem o comportamento por default (visto que se não tiver qualquer indicação de version targetting, o IE8 porta-se como o IE7), a coisa até não fica tão mau. “Nós” podemos simplesmente ignorar isto e é como se tivéssemos escolhido o “edge” do IE. Agora, se tudo ficar como está… God, I mean, Tim Berners-Lee help us all! :(
Filipe Correia
February 3rd, 2008 at 17:58
Ocorreu-me agora, que esta não é a primeira tentativa de tornar os bugs dos programas como parte integrante de normas. Veja-se, o exemplo do OOXML.
João Martins
February 4th, 2008 at 21:53
Filipe, referires-te ao Web Standards Project desta forma, não abona muita a favor da tua credibilidade neste assunto. O movimento, assim como algumas das suas personagens centrais, foram e são, ainda, fulcrais no desenvolvimento e disseminação dos standards, forçando a evolução quer do lado de quem escreve códigos Web, quer do lado de quem desenvolve browsers e editores de código. Estarmos onde estamos, em termos de standards deve-se me grande parte ao trabalho destas pessoas.
Pode não ser consensual esta “contribuição” para o problema levantado pela equipa da MS relativo “backward” e “forward” “compatibility”, mas acho que o enquadramento “pragmático” feito pelo Jeffrey Zeldman e o raciocínio/análise do Eric Meyer no mesmo número de A List Apart, são bastante convincentes.
Mas também é minha opinião que ao virar o bico ao prego, é preciso saber quem é que está a segurar o martelo.
Filipe Correia
February 4th, 2008 at 23:21
Eu não me referi ao Web Standards Project no seu todo, mas sim a esta opção em concreto, o que não diminui em nada o trabalho que tenham feito no passado. Simplesmente não concordo com o racional por detrás desta decisão, e ao que parece, por algumas coisas que tenho lido desde então, não sou o único a ter esta opinião.
A minha pergunta é, o que é que pode levar a pensar que os senhores que desenvolvem os browsers, os mesmos que não implementam as normas a 100% e que põe muitas vezes os browsers a comportarem-se de formas bizarras (eventualmente, tudo por razões mais que válidas, mas esta não deixa de ser uma constatação da realidade…), vão agora conseguir pôr os browsers a funcionar como deviam, agora que o ónus passa a estar do lado deles, ou seja, agora que passam a ter muito mais responsabilidades.
Da forma que eu vejo isto, agora é que os browsers vão deixar decididamente de se preocupar em seguir as normas: a responsabilidade de declarar qual é o browser alvo passa a ser das páginas Web, por isso “o que interessa” é que cada browser seja consistente nos seus bugs… se cumpre mais ou se cumpre menos as normas… é completamente secundário, e não afecta em nada a “experiência” do utilizador (a curto prazo! porque a longo prazo temos uma misturada de dependências entre páginas e versões de browsers).
A solução correcta para este caso não sei qual é, mas em falta de prova em contrário, tenho a tendência para pensar que é a que temos agora. A melhor coisa que os browsers têm a fazer (na minha opinião), é tentarem cumprir as normas o melhor que sabem, não se preocupando em manter a compatibilidade com os bugs das suas versões anteriores. A solução que agora propôe parece-me um assumir que será impossível cumprir as normas completamente, por muitas versões dos browsers que se lancem. Ainda não tenho razões suficientes para acreditar nessa impossibilidade… apesar de compreender que quem está na linha da frente nessa luta que comece a ficar cansado :)
Quanto a toda esta preocupação em não quebrar compatibilidade com os sites já existentes, não tenho quaisquer problemas de consciência em quebrar a compatibilidade com sites que não cumpram as normas ;)
As únicas versões que devem interessar são as das normas, e não as dos browsers.