Personal website of Filipe Figueiredo Correia
Há quem comece a reparar que, em relação ao iPhone, nem tudo é perfeito [1] [2] [3]. Do meu ponto de vista, a grande mais-valia do iPhone é difícil de “medir”: a existência do ecrã multi-touch, que é de facto uma mudança de paradigma em termos de interacção com um dispositivo deste género. É na usabilidade que a Apple costuma acertar em cheio, e este caso não deve ser excepção. No entanto, no que toca a funcionalidades concretas, há por aí muitos telemóveis mais capazes. O aparecimento do iPhone foi uma boa notícia, mas vejo-o mais como um passo numa direcção diferente e por explorar (juntamente com um bilhete de aviso às outras marcas, lembrando o que ainda têm para melhorar), do que propriamente uma “revolução” merecedora de todo o hype em que tem estado imerso desde o momento em que foi anunciado (Janeiro?).
A este respeito, o Rui Carmo escreveu um artigo muito bom, comparando a abordagem da Nokia com a abordagem da Apple. Concordo praticamente com tudo, mas há dois pontos que acho discutíveis:
Tudo pesado, o Symbian como sistema operativo tem os seus defeitos, mas diria que é o mais versátil que por aí existe. É usado numa série de diferentes modelos e marcas de telemóvel, e existem uma serie de ferramentas de desenvolvimento disponíveis. Acho que se deve a isso a variedade de software disponível, talvez só comparável com a que existe para windows mobile.
Actualização: Esqueçam o meu comentários sobre o ecrã táctil. De alguma forma consegui ler ao contrário o que o Rui escreveu a esse respeito :S
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Rui Carmo
July 21st, 2007 at 20:10
Erm. Tou? O que eu escrevi é que _não_ é necessário um touch screen:
“Now, I happen to believe that a touch screen is not essential for good interaction – in fact, it is a possible hindrance.”
Quanto à “organização” de acesso das coisas, recomendo um percurso prolongado pelo mindmap – há vários ramos redundantes e coisas arrumadas onde não faz qualquer sentido…
Dextro
July 21st, 2007 at 20:45
Considerando que fui (e ainda sou) um fanatico pela N-Gage (sim sou um sidetalker! :P) também não vejo onde é que o Symbian S60 consegue ser assim tão confuso. Devo dizer até que é um sistema com um poder imenso que mesmo assim consegue ser relativamente fácil de usar. Agora se querem comparar o S60 em todo o seu esplendor e poder com o limitado interface da Apple façam favor mas eu prefiro mil vezes o meu velinho N-Gage (que ainda há de ser substituido, talvez por um N70 agora que está “baratinho”).
Filipe Correia
July 22nd, 2007 at 15:31
Rui: Tens toda a razão quanto ao ecrã táctil, de alguma forma li precisamente o oposto do que estava escrito, as minhas desculpas.
Em relação aos menus, não digo que não haja coisas a melhorar no Symbian, só acho que a comparação com o iPhone é inglória, porque acabam por oferecer um número de funcionalidades bastante diferente cada um. Haja redundância ou não, e existam muitos níveis ou não, a verdade é que tenho gostado muito da utilização do S60 que tenho tido nos últimos anos. Há um primeiro nível de funcionalidades de acesso mais imediato, e vão-se descobrindo as funcionalidades mais avançadas à medida que se vai andando, e embora eu as ache úteis, provavelmente não o serão para a maioria das pessoas.
Mário Lopes
July 22nd, 2007 at 20:03
O iPhone tem defeitos, isso é absolutamente óbvio. Não existe, nem nunca existirá, um produto perfeito.
No entanto, penso que é indiscutível que o iPhone tenha vindo dar um enorme abanão à indústria dos telemóveis. E o Steve Jobs sabia disso melhor que ninguém — também ele tinha um telemóvel. Ele sabia a magra evolução que ocorreu nos últimos dez anos. Basicamente um ecrã a cores, uma câmara fotográfica e pronto. No entanto, e é importante frisar isto, a forma como a Apple e o Google vê o telefone é diferente da forma como a Nokia o faz.
Na verdade, a Nokia tentou ver de forma semelhante mas falhou redondamente com o seu Nokia Communicator. Um dispositivo pesado e difícil de trabalhar e de funcionalidades limitadas.
O iPhone veio revolucionar duas coisas: 1) a forma como interagimos com o telefone, que mudou radicalmente, goste-se ou não; 2) a forma como usamos o telemóvel, possibilitando, finalmente, ver um site no seu explendôr e facilitar o trabalho aos web developers que não precisam de aprender as ideossincrasias de cada modelo (Symbian, Windows Mobile, etc..).
Finalmente, e porque tenho um HTC P3300 com Windows Mobile, posso dizer que a forma como o Windows Mobile faz uso do touch-screen é diamentralmente oposta da forma como o iPhone o faz. Só usando um iPhone para se perceber isso.
Mário Lopes
July 22nd, 2007 at 20:05
P.S. – Vendo HTC P3300!
Hugo Ferreira
August 11th, 2007 at 0:54
Mario, permite-me fazer pequenos comentarios na minha perspectiva pessoal relativamente ao que afirmas. Primeiro, não acredito que o Steve Jobs tenha “visto” coisa alguma. Pompa e circustância têm sido impressionantes relativamente ao Steve Jobs e a todos os produtos da Apple. Até parece que o gajo faz e inventa tudo o que é Apple. Ele sabe-se (ou os recursos humanos sabem) é rodear de excelentes pessoas e esse é exactamente o seu trabalho. Agora daí até achar que todas as inovações vêm da sua cabecinha…
Mas quanto a essas duas “revoluções”: Touchscreens sempre existiram, e o conceito multi-touchscreen, já badalado à anos, aparentemente só é usado num ou noutro sitio. Faz-me lembrar a resolução do meu Nokia N80 que, embora seja superior ao do N95, consegue mostrar menos coisas no ecran. Mas mesmo assim, dai ate afirmar que a forma como interagimos com o telemovel mudou “radicalmente”… Radicalmente em que? Usamos um dedo em vez de uma pen? Grande novidade. Fiz isso n vezes (embora com a unha) com os meus Palms e PocketPCs. O que eles fizeram foi usar um interface GRANDE para, em vez da unha, usares o dedo inteiro.
Quanto à segunda revolução, não percebi. Ideossincrasia é o que faz de cada coisa aquilo que ela é. Peculariedades. O iPhone também tem as suas. E se estamos a falar do Safari como SDK e usar a web como plataforma, well. Cada site tem as suas ideossincrasias e ainda estou para ver essa tal “potencialidade” milagrosa do Safari para substituir aplicações nativas…
Eu acho que a Apple é mais conhecida não por inventar, mas por re-inventar. “KISS”, diria eu. Ela olha para o que existe e diz: “como é que isto pode ser melhor, mais facil, e acima de tudo, mais *apelativo*”. E esse tem sido o grande trunfo da Apple: o design. Design externo e interno. Ela prima por criar o efeito “WOW”. Mas os WOWs sao muitas vezes passageiros. Depois de passar aquela atracção inicial, e quisermos usar a “coisa” em todo o seu explendor, começamos a ver que é muito fogo de vista. Esta tem sido a principal crítica ao iPhone. Espermos que melhore com actualizações do firmware…
Que o iPhone é um bom telemovel? Sem duvida… Que é inovador? Talvez. Revolucionario? Nem por sombras. Grande marketing? Excelente! Que vai ter sucesso? Provavelmente tanto quanto os iPods. Que o vou adquirir? Bem… nao tenho iPods :P
Hugo Ferreira
August 11th, 2007 at 0:56
E já agora, mais um artigo para juntar à confusão :D
http://blogs.s60.com/seeintos60/2007/06/iphone_vs_s60_devices.html
Mario Lopes
August 13th, 2007 at 22:26
Hugo,
Eu tenho um HTC P3300 que corre WM5 e ja’ usei um iPhone. Foi apenas por meia hora, mas ja’ usei um. Comparar o touch screen de um com o outro e’ insultuoso. Para alem do WM5 ter 0 de usabilidade, o touch screen e’ tudo menos intuitivo e irritante. A minha namorada recusa-se a usar o telemovel. E’ frustante.
Portanto, tornar a experiencia de usar um telemovel em algo agradavel e’ o suficiente, imho, para o considerar de revolucionario. Alias, e’ precisamente essa uma das definicoes do dicionario Priberam “aquele que provoca revoluções; grande renovador;”. Renovou a industria dos telemoveis? Completamente. E’ perfeito? Obviamente que nao.