Há quem comece a reparar que, em relação ao iPhone, nem tudo é perfeito [1] [2] [3]. Do meu ponto de vista, a grande mais-valia do iPhone é difícil de “medir”: a existência do ecrã multi-touch, que é de facto uma mudança de paradigma em termos de interacção com um dispositivo deste género. É na usabilidade que a Apple costuma acertar em cheio, e este caso não deve ser excepção. No entanto, no que toca a funcionalidades concretas, há por aí muitos telemóveis mais capazes. O aparecimento do iPhone foi uma boa notícia, mas vejo-o mais como um passo numa direcção diferente e por explorar (juntamente com um bilhete de aviso às outras marcas, lembrando o que ainda têm para melhorar), do que propriamente uma “revolução” merecedora de todo o hype em que tem estado imerso desde o momento em que foi anunciado (Janeiro?).

A este respeito, o Rui Carmo escreveu um artigo muito bom, comparando a abordagem da Nokia com a abordagem da Apple. Concordo praticamente com tudo, mas há dois pontos que acho discutíveis:

  • A necessidade de um ecrã-tactil para se conseguir uma boa interacção – Tenho uma certa tendência de fugir dos ecrãs tácteis. A utilização diária de um dispositivo windows mobile há uns tempos atrás ensinou-me que um ecrã táctil não melhora a interacção tanto quanto seria de esperar, sobretudo para as pessoas que sejam proficientes com um teclado de telemóvel normal. Além disso, constitui um ponto sensível do aparelho, que convém proteger de alguma forma. Protecções essas que são um empecilho quando se precisa de tomar alguma acção inesperadamente, como tomar uma nota.
  • A organização do acesso às funcionalidades é confusa em Symbian – É certo que já uso Symbian desde que apareceu o 7650, por isso posso não ser a pessoa mais isenta para o afirmar, mas não o considero de utilização difícil. Comparativamente com o iPhone, no entanto, pode ser que isto não seja verdade, mas apenas porque as funcionalidades disponíveis no iPhone são muito mais limitadas que noutros telemóveis ;)

Tudo pesado, o Symbian como sistema operativo tem os seus defeitos, mas diria que é o mais versátil que por aí existe. É usado numa série de diferentes modelos e marcas de telemóvel, e existem uma serie de ferramentas de desenvolvimento disponíveis. Acho que se deve a isso a variedade de software disponível, talvez só comparável com a que existe para windows mobile.

Actualização: Esqueçam o meu comentários sobre o ecrã táctil. De alguma forma consegui ler ao contrário o que o Rui escreveu a esse respeito :S